quarta-feira, 4 de abril de 2012

Joan Miró


              Pintor espanhol, surrealista, nasceu no dia 20 de abril de 1893, na cidade de Barcelona. Conheceu Picasso em Paris, numa viagem que realizou em 1919. 
            Criou imagens sobre o irracional e o onírico que eram distorcidas em construções geométricas e orgânicas. Iniciou retratando ambientes campestres e posteriormente uma abstração que apresentava cores brilhantes em fundos planos. Utilizou em seus quadros símbolos e deformações livres de qualquer tipo de designação figurativa.
            Por volta dos 25 anos, em 1919, decidiu mudar-se para Paris, onde as vanguardas dominavam o cenário artístico e cultural. Instalado na capital francesa, Miró ficou particularmente interessado nas experiências surrealistas de exploração do inconsciente. "Ele foi o mais surrealista de todos nós", chegou a dizer o líder inconteste do movimento, o escritor André Breton.
            Mais tarde, ao recordar esse período de sua vida, em que alternava os verões em Montroig e os invernos em Paris, o próprio Miró diria que havia uma diferença básica entre eles e os colegas ligados ao surrealismo. Enquanto estes utilizavam substâncias artificiais para "abrirem livremente as portas da percepção", seu principal canal com o mundo da alucinação e do delírio era mesmo a fome.
            "Eu voltava tarde da noite para casa e, por falta de dinheiro, não jantava. Assim, rabiscava no papel as sensações que a fome provocava em meu organismo", revelaria. Sem conseguir vender um número suficiente de quadros que lhe permitisse uma vida apenas razoavelmente digna, Miró chegou a enfrentar o rigoroso inverno de 1925 tiritando de frio, pois não tinha recursos para sequer mandar consertar o aquecedor que estava quebrado.
            Nesta fase pintou em 1925, o quadro “Carnaval do Arlequim” e o Interior Holandês em 1928. Nos anos 30, começou a trabalhar com a colagem, inspirado na guerra civil de 1936, pintou o “O Ceifeiro, Cabeça de Mulher”. Começou a trabalhar com escultura em 1944.
            Realizou murais para o edifício da Unesco, em Paris, em 1958; e para a Universidade de Harvard, em 1960. Na juventude cursou a Escola de Belas Artes de Barcelona, mesmo a contragosto de seus pais que o queriam no comércio. Por um período teve que abandonar os estudos e trabalhar no comércio.
Ao trabalhar no comércio entrou em depressão e necessitou de cuidados médicos. Mas resistiu e retornou às artes.
            Miró e sua arte sobreviveram ao conflito e ganharam reconhecimento internacional definitivo nas décadas seguintes. No final de sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto. Morreu aos 90 anos, rico e bem-sucedido, celebrado em todo mundo como um dos maiores artistas do século XX.

Principais obras de Miró:

Pinturas

- Nord-Sud, 1917 óleo
- Retrato de bailarina espanhola, 1921, óleo
- O Carnaval de Arlequim, 1924, óleo
- Interior holandês (três pinturas em óleo), 1928
- Caracol, mulher, flor e estrela, 1934
- Mulher e pássaros ao amanhecer
- Una estrela acaricia o sonho de uma negra, 1938, óleo
- Azul, 1961, óleo
- Personagem diante do Sol, 1968, pintura em acrílico
- A esperança do condenado a morte, 1974

Murais Cerâmicos

- Murais cerâmicos do Sol e da Lua, 1958, Sede de Unesco em París.
- Mural cerâmico para a Universidade de Harvard, 1950.
- Mural cerâmico da Fundação Maeght, 1964
- Mural de cerâmica da Cinemateca, 1972 de París.
- Mural cerâmico do Novo Palácio do Congresso de Madrid, 1980.

Esculturas

- Pássaro lunar, 1946-1949 (escultura em bronze)
- Pássaro solar, 1946-1949 (escultura em bronze)
- Relógio do Vento, 1967 (escultura em bronze)
- A carícia de um pássaro, 1967 (escultura em bronze)
- Cachorro, (escultura em bronze)
- Miss Chicago, 1981
- Mulher e Pássaro, 1983 (escultura em cerâmica)

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