Pintor espanhol, surrealista, nasceu no dia 20 de abril de 1893, na
cidade de Barcelona. Conheceu Picasso em Paris, numa viagem que
realizou em 1919.
Criou imagens sobre o
irracional e o onírico que eram distorcidas em construções geométricas e
orgânicas. Iniciou retratando ambientes campestres e posteriormente uma
abstração que apresentava cores brilhantes em fundos planos. Utilizou em seus
quadros símbolos e deformações livres de qualquer tipo de designação
figurativa.
Por volta dos 25 anos,
em 1919, decidiu mudar-se para Paris, onde as vanguardas dominavam o cenário
artístico e cultural. Instalado na capital francesa, Miró ficou particularmente
interessado nas experiências surrealistas de exploração do inconsciente.
"Ele foi o mais surrealista de todos nós", chegou a dizer o líder
inconteste do movimento, o escritor André Breton.
Mais tarde, ao recordar
esse período de sua vida, em que alternava os verões em Montroig e os invernos
em Paris, o próprio Miró diria que havia uma diferença básica entre eles e os
colegas ligados ao surrealismo. Enquanto estes utilizavam substâncias
artificiais para "abrirem livremente as portas da percepção", seu
principal canal com o mundo da alucinação e do delírio era mesmo a fome.
"Eu voltava tarde
da noite para casa e, por falta de dinheiro, não jantava. Assim, rabiscava no
papel as sensações que a fome provocava em meu organismo", revelaria. Sem
conseguir vender um número suficiente de quadros que lhe permitisse uma vida
apenas razoavelmente digna, Miró chegou a enfrentar o rigoroso inverno de 1925
tiritando de frio, pois não tinha recursos para sequer mandar consertar o
aquecedor que estava quebrado.
Nesta fase pintou em
1925, o quadro “Carnaval do Arlequim” e o Interior Holandês em 1928. Nos anos
30, começou a trabalhar com a colagem, inspirado na guerra civil de
1936, pintou o “O Ceifeiro, Cabeça de Mulher”. Começou a trabalhar com
escultura em 1944.
Realizou murais para o
edifício da Unesco, em Paris, em 1958; e para a Universidade de Harvard, em
1960. Na juventude cursou a Escola de Belas Artes de Barcelona, mesmo a
contragosto de seus pais que o queriam no comércio. Por um período teve que
abandonar os estudos e trabalhar no comércio.
Ao trabalhar no comércio entrou em depressão e necessitou de cuidados
médicos. Mas resistiu e retornou às artes.
Miró e sua arte
sobreviveram ao conflito e ganharam reconhecimento internacional definitivo nas
décadas seguintes. No final de sua vida reduziu os elementos de sua
linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando
a usar basicamente o branco e o preto. Morreu aos 90 anos, rico e bem-sucedido,
celebrado em todo mundo como um dos maiores artistas do século XX.
Principais obras de Miró:
Pinturas
- Nord-Sud, 1917 óleo
- Retrato de bailarina espanhola, 1921, óleo
- O Carnaval de Arlequim, 1924, óleo
- Interior holandês (três pinturas em óleo), 1928
- Caracol, mulher, flor e estrela, 1934
- Mulher e pássaros ao amanhecer
- Una estrela acaricia o sonho de uma negra, 1938, óleo
- Azul, 1961, óleo
- Personagem diante do Sol, 1968, pintura em acrílico
- A esperança do condenado a morte, 1974
Murais Cerâmicos
- Murais cerâmicos do Sol e da Lua, 1958, Sede de Unesco em París.
- Mural cerâmico para a Universidade de Harvard, 1950.
- Mural cerâmico da Fundação Maeght, 1964
- Mural de cerâmica da Cinemateca, 1972 de París.
- Mural cerâmico do Novo Palácio do Congresso de Madrid, 1980.
Esculturas
- Pássaro lunar, 1946-1949 (escultura em bronze)
- Pássaro solar, 1946-1949 (escultura em bronze)
- Relógio do Vento, 1967 (escultura em bronze)
- A carícia de um pássaro, 1967 (escultura em bronze)
- Cachorro, (escultura em bronze)
- Miss Chicago, 1981
- Mulher e Pássaro, 1983 (escultura em cerâmica)
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